14 de janeiro de 2011

Boa Leitura

Claudia Tajes


Sinopse: Será verdade que as mulheres são seres indefiníveis? A autora mostra que essa é apenas uma simplificação da incrível capacidade de transformação feminina, um infindável poder de adaptação que quase leva Graça, uma mitômana compulsiva, às raias do absurdo. Uma engraçada visão da montanha-russa dos relacionamentos amorosos. 


Claudia Tajes
Sinopse: Dez (quase) amores narra os en­con­tros e desencontros de uma legítima ‘mulher solteira procura’, papel que todas nós já pro­tagonizamos um dia. É divertidíssimo. Tem tira­das impa­gáveis. Puro entretenimento. Um livro reconfortante para quem acha que é o único ser humano do planeta que está sem programa pro sábado. Duvido que seja seu caso, mas se for, o exemplar que você tem em mãos está aí mesmo pra lhe fazer companhia.


Gabriel Garcia Marquez
Síntese
Um comboio carregado de cadáveres. Uma população inteira que perde a memória. Mulheres que se trancam por décadas numa casa escura. Homens que arrastam atrás de si um cortejo de borboletas amarelas.
São esses alguns dos elementos que compõem o exuberante universo deste romance, no qual se narra a mítica história da cidade de Macondo e de seus inesquecíveis habitantes.

Lançado em 1967, Cem Anos de Solidão é tido, por consenso, como uma das obras-primas da literatura latino-americana moderna. O livro logo tornou o colombiano Gabriel García Márquez (1928) uma celebridade mundial; quinze anos depois, em 1982, ele receberia o Prêmio Nobel de Literatura.

Aqui o leitor acompanhará as vicissitudes da numerosa descendência da família Buendía ao longo de várias gerações. Todos em luta contra uma realidade truculenta, excessiva, sempre à beira da destruição total.

Todos com as paixões à flor da pele. E o "realismo mágico" de García Márquez não dilui a matéria de que trata - no caso, a história brutal e às vezes inacreditável dos países latino-americanos. Pelo contrário: só a torna mais viva.



José Saramago
Por muito incongruente que possa parecer...", assim começa o novo romance - ou conto, como ele prefere chamá-lo - de José Saramago, sobre a insólita viagem de um elefante chamado Salomão, que no século XVI cruzou metade da Europa, de Lisboa a Viena, por extravagâncias de um rei e um arquiduque. O episódio é verdadeiro. Dom João III, rei de Portugal e Algarves, casado com dona Catarina d´Áustria, resolveu numa bela noite de 1551 oferecer ao arquiduque austríaco Maximiliano II, genro do imperador Carlos V, nada menos que um elefante. O animal viera de Goa junto com seu tratador, algum tempo antes.

De início, o exotismo de um paquiderme de três metros de altura e pesando quatro toneladas, bebendo diariamente duzentos litros de água e comendo outros tantos quilos de forragem, deslumbrara os portugueses, mas agora Salomão não passava de um elefante fedorento e sujo, mantido num cercado nos arredores de Lisboa. Até que surge a idéia mirabolante de presenteá-lo ao arquiduque, então regente da Espanha e morando no palácio do sogro em Valladolid. Esse fato histórico é o ponto de partida para José Saramago criar, com sua prodigiosa imaginação, uma ficção em que se encontram pelos caminhos da Europa personagens reais de sangue azul, chefes de exército que quase vão às vias de fato, padres que querem exorcizar Salomão ou lhe pedir um milagre. Depois de percorrer Portugal, Espanha e Itália, a caravana chega aos estreitos desfiladeiros dos Alpes, que Salomão enfrenta impávido. 

A Viagem do Elefante, primeiro livro de José Saramago depois do relato autobiográfico "Pequenas Memórias" (2006), é uma idéia que ele elaborava há mais de dez anos, desde que, numa viagem a Salzburgo, na Áustria, entrou por acaso num restaurante chamado O Elefante. 

Com sua finíssima ironia e muito humor, sua prosa que destila poesia, Saramago reconstrói essa epopéia de fundo histórico e dela se vale para fazer considerações sobre a natureza humana e, também, elefantina. Impelido a cruzar meia Europa por conta dos caprichos de um rei e de um arquiduque, Salomão não decepcionou as cabeças coroadas. Prova de que, remata o autor, sempre se chega aonde se tem de chegar. 



Jorge Amado
Bahia de Todos os Santos, 1950. Um bando de meninos abandonados incomoda a sociedade. São chamados “Capitães da Areia”, porque o cais é o seu quartel general.


Pedro Bala, o temido líder dos Capitães da Areia, é caçado como o pior dos bandidos, mas, na verdade não passa de um adolescente livre nas ruas. Ele é o herói de quase uma centena de meninos, que juntos vivem incríveis aventuras: planejam de pequenos furtos a assaltos a ricas mansões, trapaceiam os marujos em mesas de jogatina e jogam olho comprido sobre os fartos decotes das mulatas. Dormem em um trapiche abandonado e vivem em feiras populares e festas de rua, atrás de comida e divertimento. Às vezes explodem, gritam de raiva, perdem a cabeça, mas resistem bravamente aos piores obstáculos.

Quando uma epidemia de varíola invade a cidade, os Capitães da Areia se deparam com o conflito da morte, têm que tomar decisões de adulto, decisões impossíveis para a cabeça dessas crianças. Enquanto isso, nos bairros populares, a epidemia destrói famílias, fazendo novos órfãos. Dora, de apenas 13 anos, perdeu pai e mãe, e se vê só nas ruas de Salvador. Mas quis o destino que os Capitães da Areia cruzassem o seu caminho.

O bando nunca teve uma figura feminina e a chegada de Dora vem mexer com a vida dos Capitães. Pedro Bala logo se apaixona por ela. Professor, braço direito de Bala, mais tímido e inexperiente, apenas sonha com sua pele macia, com seus seios que despontam, seu jeito de que vai virar mulher a qualquer instante. O triangulo amoroso torna-se inevitável, os três estão mais adolescentes do que nunca, como adolescentes descobrem o amor.

Resumo: Sem plumas traz 18 textos de formatos variados – peças, ensaios, contos, argumentos e outras improbabilidades – que têm em comum a imaginação e o humor característicos de Allen. Na hilariante peça "Morte", temos uma paródia do velho mito da morte que vem buscar suas vítimas, e em "Deus", a outra peça curta do livro, Allen lança-se no teatro do absurdo e no teatro grego para fazer rir e pensar sobre seus assuntos preferidos: culpa, sexo, o que estamos fazendo aqui, qual o papel do artista no mundo e outras neuroses humanas.


Joseph Conrad
Resumo: Pensando o enfrentamento entre o objeto colonizador e sua relação/reação com o dominado, especialmente no cenário do século XIX, encontramos no romance de Joseph Conrad, O Coração das Trevas, um corpus literário no qual esse trabalho concentra sua análise. Se concordarmos com a afirmação de Edward Said, em Cultura e Imperialismo, de que o Oriente se cria a partir do Ocidente, em Conrad percebemos como essa criação ocorre na medida em que o processo civilizatório é brutal e enlouquecedor. A análise proposta nesse ensaio não visa definir por meio de uma obra literária conceitos como de Nação, Cultura ou Identidade Social, conceitos já compreendidos como amplos e mutáveis e impossíveis de serem unitariamente definidos. Antes, o que propomos é um diálogo entre a análise que o teórico pós-colonialista Edward Said faz do processo de colonização e uma representação literária que argumenta positiva/negativamente ao descrever os processos dominadores conhecidos como civilizatórios, nesse caso o romance de Joseph Conrad, O Coração das Trevas.